Projeto Prática de letramento: Storytelling: Narrativas digitais e Aprendizagem.




PRÁTICA DE LETRAMENTO






 Valéria Queiroz Menezes 1Jalusa Endler de Sousa 


1. Lates: MENEZES, V. Q. (5583364518768498)
1.        Justificativa


      Storytelling, em inglês, significa "contar uma história". Essa nova forma de narrativa pode agregar histórias e transmitir experiências a partir de artifícios sensoriais e emocionais, a partir de uma linguagem hipermidiática, que desperta a imaginação e o intercâmbio cultural, além disso, promove uma prática instigante de escrita. O público alvo desta prática de letramento são estudantes do Ensino Médio. Captar imagens de si, do outro e do ambiente em que se vive com câmeras do celular e em seguida postá-las em redes sociais tornou-se uma prática muito comum na contemporaneidade. Pensar como esses sujeitos posam para suas câmeras e a forma como se expressam através das imagens que captam, nos faz crer que há uma história a ser contada por detrás de cada uma delas, e até mesmo como os indivíduos enxergam a si, o outro e o mundo que o cercam. As redes sociais proporcionam interlocuções comunicativas imediatas, a interação e a interlocução, nesse sentido, incentivar o aluno a refletir sobre a história que desejam contar é de extrema pertinência, reavaliar o que é postado e mostrar- lhes que as imagens captadas também constituem texto, e assim poderá ser utilizado como meio de expressão e de atuação social, além disso, aliá-la a escrita pode ser uma meio efetivo de desenvolver habilidades narrativas. As histórias que estes jovens compartilham entre de si no cotidiano podem servir como mote para uma construção discursiva, seus anseios e suas expectativas, assim como chamar a atenção para outras formas de expressão. Segundo Robin (2008, p. 222) “a narrativa digital é uma maneira de o professor usar a tecnologia produtivamente. Criar uma narrativa digital é, portanto, realizar uma atividade significativa”. A imagem aliada a sua descrição em forma de narrativa pode ser um meio interessante para o aperfeiçoamento da escrita. Os alunos do Ensino Médio, mesmo aqueles que vivem nos distritos e zona rurais, em sua maioria já possuem acesso, mesmo que não seja em sua totalidade, aos meios digitais, então é possível aproveitar essa prática e reverter numa atividade pedagógica. Partindo da observação de como os estudantes se expressam através das redes sociais, utilizando imagens e pequenas narrativas foi possível pensar em converter essa expressão em um poderoso recurso didático tendo como foco a escrita e a expressão através de imagens. Com a câmera do celular na mão e uma história para contar seja ela sobre sua comunidade ou sobre si mesmo podemos explorar a subjetividade desse estudante e sobretudo a forma como se expressa utilizando temáticas pertinentes as demandas sociais.

2. Projeto de práticas de letramento.

2.1.  Discussão dos aspectos culturais e sociolinguísticos implicados no projeto

     A prática de letramento que a atividade propõe, indicará ao aluno o uso do seu vocabulário propício ao da fala e valorizado nas culturais midiáticas e tecnológicas. Na sequência didática ao tema, os mesmos reescreverão suas obras partindo do uso padrão da língua, na norma culta. A cultura de cada região será respeitada com a história pessoal do aluno, seus falares, hábitos e costumes, religião e gostos estéticos. É fundamental que o projeto reconhece as diferenças culturais e não as privilegie com os preconceitos arraigados em relação ao lugar que a escrita ocupa na vida dos sujeitos. A escola é o espaço de valorização das multiculturas inerentes ao aluno.
          No primeiro momento da prática ocorre um liberdade linguística na escrita, partindo da cultura própria. Com o andamento do projeto a norma culta da língua estará embutida nos escritos versados e contribuídos pelo professor no texto do aluno. Já, que a tecnologia abre um leque de possibilidades para o contato com diagramações, símbolos icônicos, logaritmos, e expressões afins. Característicos da tecnologia, convém utilizá-los e significá-los nos textos dos alunos.
Inserir essa tecnologia no cotidiano escolar é o desafio da educação moderna na área das linguagens.

2.2. Estratégias gerais para promover a motivação e a adesão dos alunos ao projeto


Pretende-se inicialmente partir das postagens dos próprios alunos em suas redes sociais, selecionando algumas imagens para criação pessoal e coletiva de narrativas a partir delas.

Apresentar o site: Instacontos, Mauro Paz (disponível em: < http://instacontos.tumblr.com/>) Análise e produção de narrativas a partir de imagens.

Trabalhar com as diferenças entre: storytelling, storyline, storyboard e roteiro Disponível em <https://pt.slideshare.net/alinecorso/storyline-roteiro-e-storyboard>
  
Fotos de Sebastião Ribeiro Salgado, analise e produção de texto. (criar um conto a partir das imagens das produções: Trabalhadores (1993), sobre a mudança nas relações de produção do trabalho manual e Terra (1997), que mostra a pobreza e a questão agrária no Brasil. (disponível em: < https://sites.google.com/site/7e5histfoto/sebastiao-salgado>

A maior flor do mundo,  José Saramago, análise e identificação da temática e produção de um reconto. (Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=YUJ7cDSuS1U>

Conto         da        ilha         desconhecida,
José         Saramago.
Disponível
em:        <
Material
de
apoio:
<https://www.youtube.com/watch?v=JmZ13t0nTvQ> Análise da temática (metáfora da Ilha desconhecida), reescritura da história na perspectiva dos alunos, no formato conto, ilustrando com as imagens captadas pela câmera do celular.


2.3.  Mapeamento da rede de gêneros envolvidos na prática e indicação geral de atividades para a sequência didática

- Gênero principal: Storytelling.

- Gênero de apoio: conto.

- Utilização das imagens e descrições das redes sociais dos alunos.

- Aplicação de uma avaliação diagnóstica para o levantamento de conhecimento específico de cada aluno sobre o gênero Storytelling.

 - Produção de uma sequência didática do gênero narrativa autobiográfica digital com o site Stacontos, de Mauro Paz, que traz de diversas narrativas a partir de imagens.

- Recursos didáticos: projetor multimídia, internet, material impresso e digitalizado e dicionários.

- Produção pelos alunos de suas narrativas digitais.

 - A socialização do trabalho: 1) Exposição de banners das produções do alunos em espaços fora da escola. 2) Produção de um blog com as narrativas.

2.4.  Levantamento da multimodalidade presente na constituição do gênero principal e dos auxiliares
  
          Leitura e interpretação de textos imagéticos (imagens de Sebastião Salgado, descrição da imagem.) vídeo (Conto da Ilha desconhecida); histórias que circulam na comunidade e no universo dos jovens, pesquisa na página Instacontos; fotografia e legenda; exposição e produção de um blog com as narrativas.


2.5.  Possível(is) integração(ões) do projeto com outras disciplinas

São inúmeras as possibilidades de interdisciplinaridade, porque os temas abordados no Storytelling podem versar sobre qualquer assunto ou disciplina, ou neutralizar as fronteiras que as delimitam. Pode-se criar uma pequena narrativa a partir de uma imagem para fazer uma denúncia sobre a poluição de um rio por exemplo, ou até mesmo mostrar através de uma imagem em que posso aplicar a Teoria de Pitagóras, ilustrar um texto poético etc.

2.6. Eventos de letramento decorrentes do trabalho dentro e/ou fora do ambiente escolar

Inicialmente será definida a proposta de gênero o Storytelling, em seguida a elaboração do projeto didático (planejar conteúdos, atividades, delimitar o tempo de cada atividade), elaboração do modelo didático do gênero (narrativas e textos imagéticos) Elaboração da sequência didática ajustando as necessidades dos alunos (observando o feedback das atividades propostas). Análise dos resultados. Aplicação da cédula de avaliação dos banners.

2.7.  Avaliação dos trabalhos
        
        A avaliação se dará de duas formas:

- A primeira processual, o professor deverá avaliar o desempenho e o envolvimentos dos alunos em cada etapa do projeto.

- A segunda a partir da avaliação da própria comunidade através do banners, um concurso da melhor história com a temática: “Eu conto a minha história você conta a sua?”. Uma urna será disponibilizada para que a comunidade vote na melhor narrativa.

3.  Fontes Consultadas:
·         BHABHA, H. O local da cultura. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998.
·         BORTOLON, Debora, Digital Storiteling :O Gênero Narrativa autobiográfica digital em aulas de língua inglesa.  Disponível em: < http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2014/2014_unicentro_lem_artigo_debora_bortolon.pdf> Data de acesso: 12/05/2018.
·         GARCIA, Ana Luiza M.; RANGEL, Egon O. Glossário. Caminhos da escrita.  Curso on-line de formação de professores. Programa Escrevendo o Futuro, Cenpec/FIS, 2013.
·         LÉVY, Pierre. A inteligência coletiva. São Paulo: Loyola, 1999b. 
·         LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999a. 
·         MADALENA, Tania Lucía. Olhar, lembrar, narrar: o visual Storytelling na formação de professores. Disponível em: <https://formacce.ufba.br/sites/formacce.ufba.br/files/olhar_lembrar_narrar_o_visual_storytelling_na_formacao_de_professores.pdf> . Data de acesso: 07/05/2018. 
·         MENDONÇA Antônio, NEVES Luiz, Análise Estrutural da Narrativa. Ed Petrópolis RJ: Vozes Ltda., 1973.
·         PAZ, Mauro. Instacontos. (disponível em: < http://instacontos.tumblr.com/>)
·  SARAMAGO, José. A maior flor do mundo. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=YUJ7cDSuS1U>
·         Sebastião Ribeiro Salgado. Disponível em: <https://sites.google.com/site/7e5histfoto/sebastiao-salgado
· Storytelling, storyline, storyboard e roteiro. Disponível em <https://pt.slideshare.net/alinecorso/storyline-roteiro-e-storyboard>



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