O que é Storytelling?

A primeira coisa para entender o significado de Storytelling é diferenciar duas palavras de origem inglesa history e story. A primeira se refere ao tempo antes do presente e fala de eventos que aconteceram no passado e também é matéria escolar que estuda os fatos históricos, a segunda pode ser traduzida como narrativa que pode ser real ou fictícia. Telling pode ser traduzido o ato de contar. Contar uma história sempre foi uma prática do ser humano antes mesmo de existir a linguagem escrita. Através das narrativas o homem é capaz de despertar emoções e estabelecer ligações interpessoais. Xavier (2015) apresenta três definições para o Storytelling: Pragmática: é a tecnarte de elaborar e encadear cenas, dando-lhes um sentido envolvente que capte a atenção das pessoas e enseje a assimilação de uma ideia central; pictórica: é a tecnarte de moldar e juntar as peças de um quebra-cabeça, formando um quadro memorável; poética: é a tecnarte de empilhar tijolos narrativos, construindo monumentos imaginários repletos de significado. Pode-se ainda entender como Storytelling um veículo de transmissão de conhecimentos, valores, emoções e crenças que conecta conteúdo e experiência e permite uma relação dialógica entre interlocutores. Antônio Núñez (2008) define storytelling como uma ferramenta de comunicação estruturada em uma sequência de acontecimentos que apelam a nossos sentidos e emoções, Castro (2013), story refere-se a uma história, fato ou ocorrido, enquanto telling tem por significado o aspecto de reproduzir, contar ou transmitir estas histórias através de imagens ou outros recursos que ajudem a manter o interesse dos espectadores. Nos homens primitivos o ato de contar histórias tinha a função de compartilhar conhecimentos, perpetuar práticas e hábitos, os nossos ancestrais reuniam-se em torno de uma fogueira para contar suas experiências. Ao longo da história da humanidade essas narrativas foram se perpetuando e foi por meio delas que tivemos registros culturais de cada época. Núnez explica que: Um relato tem algo de sagrado, pois é uma verdade universal carregada de emoções e de sensações. Sendo uma verdade universal, um relato é capaz de contribuir dando sentido aos momentos de nossas vidas, dando iluminação, respostas e concelhos a respeito de mistérios e dúvidas do mundo que nos rodeia” (2008, p.15). Nesse sentido, as narrativas estabelecem uma proximidade com o outro e sua maneira de interpretar o mundo que o cerca. E na contemporaneidade permeada por tecnologias como estas histórias vem sendo contadas? O termo digital Storytelling surgiu na Califórnia, Estados Unidos e foi registrado nos anos 90 por Dana Atchley, Nina Mullen e Joe Lambert, este último fundador e diretor do Center For Digital Storytelling (Centro de Histórias Digitais) uma fundação sem fins lucrativos. Esse método de narrativa visava proporcionar a reconstituição de experiências individuais de cada participante assumindo-se como protagonista de sua própria fala. A característica mais relevante do digital Storytelling consiste no fato de são utilizados recursos tecnológicos que combinam imagens, sons e textos e permitem uma relação dialógica entre o emissor e receptor. Em 1993, o projeto a American Film Institute, com o objetivo de estimular a utilização da linguagem digital para que as pessoas pudessem contar suas próprias histórias reais ou ficcionais permitiu a edição de pequenos filmes em computadores pessoais. Os participantes deste projeto gravavam suas narrativas de vida ilustrando-a com fotos, gravuras e músicas que fossem significativas para eles. Com a popularização da internet e com o desenvolvimento cultural, social e econômico essas histórias se popularizaram, sobretudo nas redes sociais, as pessoas compartilham imagens capturadas de si fazendo com que o leitor de alguma forma participe da sua história.

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